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Férias com ou sem medicamentos para o TDAH? Saiba os prós e contras para decidir.





Férias sem dever de casa, sem rotinas e responsabilidades e... sem medicação? Muitas famílias de crianças que tomam medicamentos para TDAH suspendem a prescrição por algumas semanas ou meses no período de férias.


Em uma breve pesquisa com 200 pais de pacientes com TDAH, 48% dos pais disseram que planejam dar aos filhos uma folga da medicação para TDAH nas férias.

As motivações para tal decisão incluíram:

64%: Supressão de apetite (“Eu espero que a criança ganhe peso e cresça”).

60%: Avaliação dos sintomas (“Queria ver se houve alguma melhora sem a medicação”).

58%: Apenas para aprendizagem (“Eu só dou remédios ao meu filho nos dias de escola”).

52%: Férias escolares (“Tirar férias da medicação”).

38%: Efeitos colaterais (“Meu filho não gosta da maneira como a medicação o faz sentir.”)


Dos 59% dos pais que disseram ter interrompido ou diminuído os medicamentos para TDAH para seus filhos nas férias, pouco mais da metade ficou satisfeito. 41% disseram que uma diminuição na medicação para TDAH causou mais problemas do que resolveu; 59% viram o intervalo de forma positiva. Muitos pais relataram “problemas de controle de impulsos”, “falta de foco”, “estresse emocional” e caos doméstico geral que os levou a optar por uma dose reduzida.



Alguns pais percebem que a medicação ajuda seu filho a manter o foco ao realizar uma tarefa e também ajuda na qualidade de vida em família e reduz conflitos desnecessários


Outros pais preferem suspender para melhorar o apetite, o sono e a irritabilidade que algumas crianças apresentam quando fazem uso de psicoestimulantes. Mesmo nos casos em que os medicamentos ainda funcionam, os efeitos colaterais podem tornar-se insuportáveis. Esse é um motivo comum pelo qual tanto crianças quanto adultos com TDAH fazem uma pausa nos remédios quando podem.


Há sempre a dúvida se há realmente necessidade de uso de medicamentos para melhorar os sintomas do TDAH quando a criança faz uso por muitos meses ou anos e como seria se ficasse sem a medicação.


Alguns pesquisadores teorizam que o processo de maturação do cérebro, que dura décadas, repara gradualmente os circuitos cerebrais errôneos associados ao TDAH. Outros atribuem a melhoria à aquisição gradual de habilidades de enfrentamento. Se os sintomas forem leves e as habilidades de enfrentamento tiverem sido realmente aprimoradas, os remédios podem se tornar desnecessários.


Para decidir se uma pausa nos medicamentos seria benéfica, é importante responder: “A hiperatividade, a distração ou a impulsividade interferirão no sucesso do seu filho nas viagens de verão ou em outras atividades de férias?”


Os comportamentos de TDAH dificultariam o relacionamento do seu filho com outras crianças e adultos, ou com a participação bem-sucedida dele em atividades em grupo?

Os comportamentos de TDAH dificultariam a vida doméstica ou impactariam negativamente nas atividades lúdicas e nas interações entre pares?


Lembre-se : medicamentos não são prescritos para deixar felizes os pais, professores e outros familiares. É usado para ajudar a criança a ter experiências de vida positivas e bem-sucedidas.

O fracasso recorrente nas atividades e as repetidas interações malsucedidas com os colegas podem devastar a confiança social e a auto-estima de uma criança. Pense em como seria ouvir constantemente: “pare com isso”, “fique quieto”, “comporte-se”, “preste atenção” . Se for provável que isso aconteça com seu filho sem medicação, não interrompa o uso.


Caso a criança use medicamentos de ação curta, você poderá direcionar o efeito para o momento do dia com as atividades ou eventos mais desafiadores. Se a criança usa um medicamento de ação prolongada que dura mais de 8a 10 horas, avalie se há possibilidade de descontinuação para evitar efeitos colaterais durante as férias.


Lembre-se de que se uma criança ou adolescente deve continuar a tomar medicamentos para TDAH durante o verão não é uma decisão aleatória, mas contextual. Deve basear-se nos planos gerais e específicos para as férias, na rotina da família e na interação com irmãos, familiares e outras crianças. Tenha sempre em mente que no centro desta decisão estão a autoestima e a autoimagem da criança e por se sentir incluído por outras crianças.


Qual a sua experiência sobre esse assunto? E qual a dúvida que tem a respeito da suspensão de medicamentos para TDAH durante as férias?


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